Anne Caroline
Anne Caroline
Tenho carregado em mim todo o peso e a leveza do mundo
Renascido das minhas próprias cinzas só para queimar de novo
Tenho me lido para alimentar meu vazio
E me consumido para matar minha fome
Tenho rasgado minhas mãos tecendo pedregulhos
Na esperança de que me prendam ao chão
Chamaram de amor, chamaram de destruição
Se me perguntassem, eu chamaria de solidão.
Sigo acreditando piamente no desequilíbrio das coisas
Só consigo ver no mundo o que primeiro conheço em mim
Mas nada se parece comigo, e eu não me pareço com ninguém.
Escrevo pra me ter como companhia, nada mais.
Há algum conforto em ser triste comigo
Ter alguém me olhando além do espelho-abismo
Alguém que partilhe do meu fascínio pelo fundo
Porque a queda é quase um vôo, e nisso mora o perigo.