Gabriel Cortilho
Gabriel Cortilho
escrevo o incerto numa cidade deserta
transito entre cárceres, loucos, suicidas;
abrigo o manicômio da Agonia Perpétua
conheço a lágrima sulfúrica & depressiva
os psiquiatras não ouvem o grito da alma
lançam química turva em cérebros aflitos
preocupam-se com as sinapses humanas
esquecem que nos habitam os labirintos,
velhos caminhos tortuosos para caminhar
sob o ocaso, ouço a sinfonia dos mortos:
somos feitos da mesma penúria secular