M adeira grossa e rara.É telegrafo com suas repetiç ões, um telegrafo tipo naked lunch.
Em cima de nossas cabeças a hegemonia letárgica do conhecimento
Metade Mostardas
Chuí
Alexandria
Expurgo da canalha proparoxítona
Substância indissolúvel transmutando as primeiras idéias em carvão moderno
Bíblia asteca no sótão da constelação desnutrida
Quase ninguém
Matéria
Último segredo das nozes
Proibido mirar afuera é um livro que se inspira na iconoclastia boêmia de uma Porto Alegre que já foi punk e progressista, mas que ainda resiste nos artistas que a reinventam todos os dias. O livro volta para a cidade de onde nasceu. No pampa e suas incursões urbanas, na psicodelia transbordante da avenida Osvaldo Aranha, e nos cérebros desbravados por moscas míopes. Regionalismo freak, ficção científica tropicalista, bula de remédio psicodélica: coisas que podem ser ditas pra caber numa gaveta monossilábica, cheia de pessoinhas desidratadas tripulando insetos sobre ovos rachados entre as nuvens, onde antropófagos fazem a sesta. Narrativa fragmentada onde frases quebradas formam cacos multiformes flutuantes. Personagens desorientados procuram um sentido para suas ações minimalistas; e um velho preso em uma ilha conta velhas histórias para seu carcereiro.