Bem-vinda vida, vívida
Vivaz
Eu vi a vida desvindo, desviando
Vi o desvario
Avistei
Vil desvalor
Ventania desavisada e vilipêndios
Vilões varonis
Vivência válida
Vírus e vadiagem
Vários devotos
A verdade é que não sei bem como apresentar o livro. O que posso dizer é que o título reflete o meu estado de espírito nos últimos anos. A pandemia. O desconforto com a prisão, o isolamento.
Muitos dos poemas foram escritos antes, durante e depois da pandemia, incluindo no auge da terceira onda, em 2021.
2021 foi um ano trágico (um dos poemas tem esse título).
Perdi meus pais para o coronavírus com o intervalo de uma semana entre um e outro.
A maioria dos poemas que escolhi a partir de uma leva de muitos outros reflete as minhas angústias, o meu luto. Certo desespero e descontentamento com a vida.
Muitos são sobre a poesia, a arte. Escrever é um meio de libertação, de expor a dor.
Escrever poesia é quase uma terapia.
O último poema, inclusive, é bem biográfico nesse sentido. Chama-se “Sobrevivi” e foi vencedor de um concurso de poemas. Fala sobre esse sentimento de ter passado pela pandemia (toda minha família teve o vírus ao mesmo tempo) e sobreviver.
Sobrevivi.