Nascida em um tempo em que a tv era acores
Eu, Não me via nela.
Eram poucos os negros em uma incrível janela.
Meu cabelo crespo não tinha representatividade.
Tranças ,prender e alisar eram as opções .
Negra com traços finos, negra de alma branca,
filha de negro com branco…
Falas com estereotipias repetidas na rua e na TV.
Eu nunca me achei a donzela de contos de fadas.
Não me via e aquilo me feria.
As bonecas que eu brincava nem negras eram.
O tempo passou e o jogo virou reconheço agora minha ancestralidade
Em toda parte jornal,tv,internet .
Podemos falar abertamente da descendência
Dos nossos orixás, do nosso batuque .
Da nossa negritude.
Derrubada de estatua de racista nós podemos fazer.
E se falar do meu Black podemos colocar a boca no trombone.
Vejam a força do navio negreiro da Senzala e do quilombo.
E a casa grande pira quando vê nós negros invadindo a grande mídia.