Mudei. Porque mudar sempre foi um vício desde o começo.
Adorava mudar de colégio, de turma, de roupa...
Na estrada logo caí, e nesses caminhos, muitos amigos eu fiz.
Mudei de casa, cidade, Estado. Conheci o mato a roça e o cerrado.
Casei, separei, me repeti.
Tive um filho, Pedro. E conheci a morte de algo que nem existia, mas vivia em mim.
Amei, Ah! Como eu amei.
Me entreguei a todos. E de todos os amores carrego os diferentes sabores.
Porque os amargores deixei de lado. Pra quê levar fracassos se a vida é feita de atos.
Mudei, de novo, e todos me perguntam o porquê?
Não tem como saber. Afinal, quem sou eu para dizer.
Eu só sei que vivo assim: De apegos e desapegos,
Chegadas e partidas, Encontros e despedidas.
Eu sempre deixo. Deixo de lado o medo e o receio,
E me apego ao desleixo, e me dou o desfrute de ser feliz, de rir sem fim,
De pedir arrego, e dizer ao mundo que eu vim sem atropelo.
Descobri, ao longo do caminho, que eu não pertenço.
Eu não pertenço a alguém. Eu não pertenço a um lugar. Eu não pertenço a alguma coisa.
Mas sim que eu estou. Estou de passagem.
E sigo
Viva, vívido e bem vividx.