Londrina tem um pôr do sol que sangra tingindo de vermelho o céu
Em Londrina se pisa sobre o vermelho e se transpira sob o céu vermelho
Londrina tem uma bandeira vermelha.
Como que queria dizer que é de paixão, mas não é!
Este vermelho é sangue, e é vivo, é rio que corre em minhas veias Caigangue
Dos meninos Mbyá, Nhandpeva e Kaiová que atravessaram o caminho
É sangue das meninas sem menstruação, roubadas para servir aos burgueses
É sangue do operário que caiu do vigésimo andar
E da família que morreu sem assistência
Londrina é vermelha porque um rio de sangue de inocentes
Não se represa com leis, IPTU alto, gabinetes, terno e gravata
Londrina é vermelha de tanto sangue,
das mãos que colhiam o fruto sem direito ao líquido
Londrina é vermelha de sangue das Estelas/Estrelas,
Que ao subir deixaram seu sangue, e nunca foram vingadas
Londrina é vermelha, mas não é de paixão
Londrina não é território sem lei, é pior que isto
Em Londrina a lei é de quem derrama o sangue