Eu me vendei só com seda e cetim,
com longuíssimas tiras minha mente
sepultei. Quem escolhe não ver mente?
Ao repetir uma prece sem fim.
Diamantes de sangue jazem em mim,
a minha pele é um colar de rendas.
Venda à venda eu me vedei com as vendas
de alma? De corpo? Feito um serafim.
O silêncio dos surdos é o escuro.
Eu me ceguei cílio a cílio voltados
para dentro, onde me envolvo em sussurros.
Na rua estouram as gritarias nos atos
e o que o meu presidente diz eu escuto.
As linhas do pensar me picam hiato a hiato, átona.