Amordaçados,
acharam que ficaríamos.
Sem saber que as nossas vozes ecoam dos tambores,
das artes, da poesia.
Acorrentados,
acharam que ficaríamos.
Sem saber que a nossa corrente são as mãos dadas
que trabalham por um novo mundo.
Paralisados,
acharam que ficaríamos.
Sem saber que o que nos move é o verde das plantas,
o sorriso das crianças, a benção de nossas mestras.
A soberba de quem capitaliza
acha sempre que prevalece.
E enquanto ele acham,
nós reconstruímos a verdade do que somos.