Gritaram “MODERNIDADE!”
Afinal, para quem é brasileiro, a Belle Époque sempre foi miragem
Queríamos ver a bandeira balançar, saudando a brasa brasileira
De um povo criado embaixo da mangueira
Mas agora a manga é cara
E povo divide os restos
Entre si, e um cachorro caramelo
Como dois vira-latas famintos apanhando da vara de marmelo
Na rua faz-se silêncio
No online, barulho que carrega o tormento
Vozes caladas para dedos sedentos
A população e democracia sem convívio
Na esperança de que na urna, haja um alívio
Mas sem consciência, se deixa fazer opinião
Dando armas a bandeira que queimou o verde em tostão
Ardendo no amarelo dos centavos que sobraram
Tentando comprar o peixe morto sufocado pelo azul, em vão
Quando gritaram modernidade, buscaram liberdade
Que engolida pela politicagem
Resultou na surdez
Das vozes políticas que berraram, mas sumiram em meios aos covardes