Sons e palavras são navalhas,
Como o moço do bigode cantou.
E por não aceitar as migalhas,
Afiando meu verbo aqui estou.
Sou bardo do povo mais sofrido,
Da gente simples e humilhada.
Do homem fraco e também oprimido,
Da mulher forte, mas enxovalhada.
Respeite, pois, esse seu criado,
Que te defende fazendo versos.
Respeito é sempre apropriado,
E agrega até os mais dispersos.
O inimigo é outro, te digo, acredite,
E pelo teu voto é que foi eleito.
Sendo assim, vou te dar um palpite:
Escolha diferente no próximo pleito.
Sou poeta menor, aqui admito.
Bem parcos são os meus recursos.
Mas importantes recados transmito,
Em cada um dos meus discursos.