Havia um pássaro de asas majestosas,
Com as quais abraçou o meu pequeno mundo
Seu canto era venusto, ecoava em suas cores
O prendi em gaiola de ouro, e o fiz cantar até a morte
Havia uma árvore tão antiga quanto o tempo
Suas folhas de esmeralda foram outrora meu abrigo
Mas um dia tropecei em suas longas raízes
Cortei-as para que não ficassem em meu caminho
Encontrei uma menina que soprou a vida em nós
E nossas selvas de pedra e fumaça corromperam o seu ar
Assisti em agonia seus últimos gestos
Envolvia sua delicada garganta ao sufocar
Conheci a Natureza, era minha Mãe
Estava em prantos, e então me perguntou
"Quanto eu lhe dei? E quanto me envenenou?"
Os mares e céus se ergueram contra mim
E minha amarga ganância me condenou.