Carolina Freitas

A maçã

abrigo doce do bicho
salvaguarda do infinito escuro
num estalo, a casca
ouve o visco
afresca aflora a boca
reluz o grude
despedaço em
pingado céu da carne
e cai despida no vestido 
circunda a forma
pressentindo o suco
escorre rubor amassado no rosto
e o trabalho cadencio e frio 

a boca acesa, cessa
Na Primeira Sede Açucarada
do pecado inconsequente, consentido.