Flávio Theodósio Junkes

MOMENTOS DE FOME

Pousa na praça verde, na praça pura,
nos braços da prefeitura, os de tenra idade:
têm sede, tem fissura, no canto da praça nua,
prefeitura, a ver o seu craque.
Embaixo do pé de fruta meu eu sonhava.
Acordei por intuição.
Na frente o caminhão e o lixo com que trabalho.
Por dedução afastaram-se ao despertar.
Pararam no banco, cem metros,
e do aclive, antes de voltar à luta,
registrei velha idade adentrar o ranço-prédio.
Nada mais pude devido ao barulho da estúpida britadeira.