Manoel Roberto 

O rosto histórico da fome 

Repare a face da fome,
tem cor, endereço e nome,
são pretos, pardos das periferias
homens, mulheres e crianças. 

Com pouco dinheiro
estes vão ao lixeiro
catar sobras e restos
descartados nos mercados.

Veja, nunca é um branco,
a estrutura social remete ao tronco,
a exploração classista e racial
segue as linhas do modelo colonial.

O Brasil é um país dos ricos,
da farturas para poucos,
somos o espelho do passado
uma pintura de um pintor antiquado.

“Osso é vendido e não dado”,
aqui se vê o capitalismo resumido,
é a República do mi(n)to.