Venâncio Grosso

Soneto das Larvas e Ratos

A inquietude dos anjos de Deus,
Suplicando a liberdade necessária,
Para salvar da morte imponente,
Uma pobre gota decadente e humana.

Abrace a Felicidade que te falta.
Sonhe a vida que não se vive.
Implore a paz que não se firma na fome.
De larvas, de ratos, de cobras e camaleões.

Agradeça aos céus o nada que é seu
E faça sua singela oração ao dormir.
Chore seu sangue e sofra sua decepção.

No fim soberano e desnecessário,
Sobrará a sua sombra no escuro.
Sem que ninguém possa ver e sem ninguém.