Gustavo Rückert

divergente


desconfie

de quem olha

nos olhos que não olham

autistas dos outros

desconfie de quem fala

desviando

um pouco artista

o olhar

equilibrista de um mundo

fogo onírico

que gira

pelo ralo para baixo

desconfie de estranhos

que oferecem

um abraço um amasso

um afago que escorra

deslize pelos traços

incômodo

indiferente

distante demais

da palavra da imagem

do que acredito

incomum