Sábados ensolarados
Comer, beber, defecar e dormir
Domingos de céu azul e meio convites
Comer, beber, defecar e dormir
Os e-mails ainda por responder
Tarefas esquecidas que vão sendo feitas com passos lentos como os de um velho moribundo
Não tomei o café e talvez eu seja esse moribundo
Problemas futuros tão presentes
Palpitação de um coração estranhamente acelerado
Entre diagnósticos, medicações e despedidas
Sou mais um corpo entre tantos corpos
Caos que é meu eterno companheiro
Com o pensamento acelerado o dia inteiro
Cubro também com álcool e arte
A incompreensão dos presentes
O julgamento dos desconhecidos
Juízes do “anormal”
Sendo que sou normal
Sou o seu pai, a sua mãe e irmão
Sou a tia que quase não comparece as festividades familiares
O amigo que você acredita te ignorar
O professor esquecido da tarefa
E a colega de trabalho que não socializa
Há um impulso para o desconhecido que te move como move a mim
Então percebe, somos diferentemente iguais
Saímos de um ventre
Com a carne comida por vermes no futuro