Laura Odara

[Que não pese]

 

Que não pese. Ou, que o peso, seja suportável.

Não é só leveza que me faz ser

Reinvento meu olhar, para poder equilibrar-me e crescer

Não tenho o futuro como meta

Admirável aquele que vive no agora, somente

Eu ainda procuro por minhas brechas

Tenho cansaço.

Mas tenho vontade. Presente.

De não viver apenas espasmos de vivacidade

De querer buscar outras realidades

Saber o que se querer, saber para onde ir, saber, saber...

Muito sabes, pouco fazes

Conheço. Procuro.

Não encontro, mergulho.

Não replico, engulo.

Mas não sem antes mastigar

Para poder digerir,

O que virá.



O Livro

 

Semear é a espera da poesia que germinará

Depois de desaguar

É a hora de fazer brotar

A vida, a esperança, as dúvidas, a revolução

Que vem de dentro

É interna

Para depois vir a grande expansão

A mente criadora 

Não mente

É possível germinadora

Se Semear pudesse falar,

Diria

Se sufocar a semente que brota

Se embota

Sem ir para frente

Se tampar o sol que encosta

Toda rota

Ficará diferente

Deixa germinar

Para ver até onde 

Irá chegar