tracanfiados
sem poder de luta
os ratos o dominam
comem queijo pule (Sérvia)
bebem vinho Domainee de la Romanée
e dançam à revelia
do outro lado
impotência, medo, carnificina
cortam as vozes
impedem ações
eis um circo de ojeriza
que perambula por aqui
amoitar-se ou resistir?
contaminar-se ou romper?
trancafiados sem poder de luta?
não dá pra engolir
“ENCLeuSURADO” é poesia sobre a gente. Num planeta que nos traz a imensidão de formas, cheiros, cores, sensações e inúmeros diversos, e, ao mesmo tempo, nos mostra nosso nanoeu inserido nesse universo, pensamentos e reflexões da nossa vida pululam devido a forças internas e externas que nos rodeiam a todo tempo.
Nesse entrave, uns seres conseguem expressar melhor o que habita neles, outros são mais côncavos em suas expressões, entretanto, a dificuldade de se desenclausurar existe para todos. Ao mesmo tempo, é objetivo de uma maioria de humanos conquistar, que seja em seu nicho, a liberdade de seus sentimentos, de suas ideias, de suas ações e de serem seus próprios seres.
Na minha simplicidade de ser humana, senti que o uso das palavras era e é um meio eficaz para esse processo de desenclausuramento, retirando-as de meus pensamentos, sentimentos e ideias, a fim de realizar uma aglomeração literária para inebriar sentidos.