Juliana Silva

Não


A sombra do preconceito, o racismo entranhado,

Marcas profundas, feridas abertas, no peito cravado.

Por séculos de lutas, batalhas não findadas,

A alma negra resiste, ergue-se nas madrugadas.


Do navio negreiro à senzala escravizada,

Dos açoites cruéis à dor desumanizada,

A história manchada de um passado tão escuro,

A voz do povo negro clama por um futuro.


Somos filhos da África, com orgulho no olhar,

Resistência na pele, na ginga a se manifestar.

Do samba ao candomblé, na arte que se revela,

Cultura que floresce, resistência que é bela.


Rompendo correntes, construindo caminhos,

A luta é constante, não se acovilha em desalinhos.

Marchamos lado a lado, buscando a equidade,

Reivindicando direitos, igualdade na sociedade.


Não seremos silenciados, nossas vozes ecoam,

Da diáspora ao quilombo, nossa força ressoa.

A cada passo dado, um marco de superação,

Para que o racismo, enfim, seja extinção.