os ossos carvoados
das mulheres bruxas queimadas
foram enterrados
e sob a terra
entranharam
entrelaçaram
raízes carnudas
despontaram caules
apontaram seus dedos
finos galhos
buscando o céu desses dias
hoje
formamos florestas densas indivisíveis
ainda tentam queimar
atravessar a machadadas
nossos corpos troncos
coletivas
sugamos a seiva
do núcleo da terra
e todo dia renascemos