Dentro de mim, os meus vários eus,
Meus vários vazios, meus vários mistérios.
Dentro de mim, uma luz que se apaga, quando tento
Me esconder, dentro de mim mesmo, pois
A matéria externa, já não condiz com a interna.
Para me aliviar do sofrimento social ou já estabelecido,
Dentro de mim, guardo meus segredos, minhas verdades, meus anseios.
Até, que um dia, a vida jaz sobre ti, o véu da verdade, da transparência, da
Sobrevivência e da luta contra as aparências, as vaidades e os preconceitos.
Dentro de mim, o meu eu quer liberdade,
Quer lutar por seu espaço, por suas conquistas, direitos e igualdades.
Contrariando as regras e os padrões já preestabelecidos.
Dentro de mim e fora de mim, - o nome social -,
A conquista de minha estrutura familiar.
Os avanços de minha persona.
Entre meu lábio e o seu, jaz o abismo.
O abismo das lembranças e dos afagos perdidos.
Do abraço apertado e do carinho roubado.
Sua voz ecoa no ar fugidio.
Seus cabelos encaracolados a se juntarem aos meus
Lisos e longos.
Uma pintura que deixaste na parede de meu quarto.
Seu perfume fugidio aguçando minhas lembranças.
Nos momentos absortos penso apenas em ti.
Mas o tenro tempo varre todas as lembranças,
Deixando-me seu laço de fita na caixa esquecida
Dentro de minhas gavetas vazias.