Lupita Amorim

TRANSTERRESTRE

Criminosa no planeta terra 

É como me sinto 

Amar e ser julgada, 

Desejar sem ser silenciada 

Só poder sentir sem ser questionada. 

Sentir carência é ser errada? 

É difícil, mas tem que haver um jeito 

Pra eu respirar ou você também 

Tirar esse nó do peito. 

Sem temer ninguém. 

Seria eu criminosa por me apaixonar? 

Por um SER humano(?), alguém capaz de me amar? Ou seria você um extraterrestre por me amar? Eu, outro extraterrestre com tanto compartilhar. 

O homem chegou até a lua 

Mas pra chegar até mim tá difícil 

Aterrisar, decolar, surfar naufragar, 

Eis a questão, você decide, vem ou não? 

Você vem ou eu vou? Quem é que vai lançar voo? No meu planeta ou no seu? 

sete dias, quinze, ou será pra sempre meu? 

Quem vai colocar essa roupa espacial? 

Para ir no meu espaço astral, flutuar no espaço sideral? 

Independente dessa nave flutuando ao breu O que está em desenvolvimento aqui 

É se você abre mão ou eu 

Quem vai se emancipar para fazer descobertas? Viajar para Marte, buscar a lua, ou só ficar na terra Vendo enquanto a nave inimiga me intercepta. 

Nossa conexão tem sido telepática, empática, Mas, quando vamos para a prática? 

Ao nos tocarmos quem será contaminado?

No fruto dos meus beijos, amaldiçoado. 

Calado, extasiado, ofegante ou infimamente tocado? 

Extraterrestre? Extraterreno? Alienígena? Forasteiro? Quero mesmo que te entregues a mim de corpo inteiro. 

Quer me conhecer ou eu quero você? 

Depois de descobrir a lua qual o próximo passo? Qual a rota dessa viagem espacial? 

O ônibus quem te traz ou te leva a outra parada? Seria eu a ir até você sem medo de ser largada? 

Querer desbravar o espaço contigo é fissurar Querer mudar a sociedade é fantasiar 

Somos nós presos no espaço tempo que não evoluiu? Ainda há tempo para ver se tudo ruiu. 

Flutuar no vácuo do espaço para estar com você Não me assusta, me faz querer 

Pra fugir dessa realidade 

Quero levantar voo, 

amerrisar, 

aterrizar, 

pousar, 

decolar, 

Sobrevoar, 

Mas até quando serei eu a sair para te alcançar? 

Não me deixe aqui! 

Nessa área que me reservaram pra te encontrar Quero um canto só nosso, 

nem que seja numa constelação, 

Num cometa em circulação, 

Um asteroide em degradação. 

Mas algo meu e seu, sem olhos e ouvidos Só nossos lábios é quem falarão. 

Podemos fugir, ninguém terá acesso, 

Nenhum humanoide ou observadores. 

Você comanda a nave, eu pego no volante, Seria perigoso, eu seguraria firme, sem medo. Sobreviveríamos, você, eu e nossos beijos. 

Escolha: espaçonave ou astronave?

Somos criminosos por buscar a descoberta Novas luas jamais exploradas 

Um templo onde seriamos imagens sagradas. 

Nossa espécie nos caçando, 

Sou criminosa do planeta terra 

Você o extraterreste nessa guerra 

Prendam-me! 

Eu quero uma viagem só de ida 

Não tem amor pra mim, nessa terra!