Rozana Gastaldi Cominal

SOBERANIA 


Manter-se viva dia após dia

que luta vã

Um motivo apenas queria

que pudesse me renovar

Um copo de cólera

Quem sabe uma taça de vinho

Assim o sangue aceleraria

não pararia no caminho

seguiria sua rota

renunciaria ao infinito


Anseio de sonhar de olhos abertos 

e vem você me desnudar de olhos vendados...


Quem me dera ao menos uma vez

não ser escrava de ninguém

nem da minha vontade

deixar-me levar

Quem me dera ao menos uma vez 

estar contigo

nada de implorar amor

nada de agir como mendigo

Vital é dar amor, atente ao que digo:

Nada de ser soberano e insano!



Engano


Abro meu paraquedas,
você é o vento sob minhas asas.
Comemore, explore, namore.
Mas não demore! Porque estou de porre.
Tampouco se engane!
Toda ressaca tem cura.
Daí ninguém me segura.
Energia pura, cândida ternura, dura na queda.
Cuidado, anjo de asas quebradas!