Amanda Selhorst da Silva

O Silenciar da Floresta


Por entre o tilintar das gotas de orvalho
O vento calmo balança os cipós
Que abrigam os ninhos das mais belas aves
Com cantos suaves de liberdade
Clamando: Piedade, se afastem de nós!


A floresta densa e selvagem
Com sua beleza de tamanha inquietude
Disponibiliza-se humilde e ingênua
Para o homem que sem um rancor ou pena
Toma para si o poder da “infinitude”.


Seus habitantes dançam e cantam
Criando e reproduzindo suas culturas milenares
Mas por estarem nus da maldade e ganância
Acabam reféns da ignorância
Que os prendem no abismo esquecido da obscuridade.


A floresta então se cala por um instante
Se vendo indefesa e itinerante
Nesse incansável caminhar de luta,
Que mesmo sem poder gritar pela cura
Dessa crueldade e desumanidade,
Segue firme no propósito de ser abrigo e acolhimento
Porque suas raízes são o seu sustento.