David Ehrlich

Progresso


Diz-se há 34 anos
Que em democracia estamos.
E a pergunta é: para quem,
Se indígena ainda é ninguém?


Os povos originários
Hoje ouvem comentários
Sobre serem dizimados
Ou então desalojados,


Em nome de um tal “progresso”
Que é citado no Congresso,
Vê, como “acima de tudo”
Por dono de boi chifrudo.


Mas que “tudo” será esse,
Se ele sempre exclui quem vê-se
Bem mais perto da barbárie,
Com alma podre qual cárie?


Quem mata é civilizado,
E é o indígena matado,
Junto com a paisagem,
Que é chamado de “selvagem”.