Karollen Potyguara

MataM


Pele e carne
Pelas carnificinas
destas oficinas
dos diabos brancos,
prateados e dourados
Chumbados
no antro do dejeto mercurial.
Nos átrios das igrejas:
bancadas de ruralistas;
comércio de agro e crença.
MATA! MATA! MATA!
MATAram mais uma criança
indígena
indigente?!
“Índio não é gente”
É idiossincrasia estatal.
MATAram mais um índio
por metal...
Estupraram mais uma índia
no meio do atalho
da MATAnça
por talhos de minério!
Podres! Doentes venéreos!
MATA! MATA! MATA!
MATAM A GENTE...
POR PEDRAS!...
O Brasil é um grande cemitério!