todo o papel e todas as telas
são poucas para consumir
o desejo do mundo.
esse mundo imaginado,
de fronteiras imaginadas,
de corpos reconfigurados
enquanto nos devoram.
os ecos da independência
foram muito mais longe.
corpos mortos-vivos:
passado fictício.
atravessamos rios,
a mata desapareceu.
e sobre nós,
a sombria voz
da fome e da sede.
escancaram o olhar em direção
a estáticos retratos.
supostas raízes:
não mais existem.
ensurdecedor, o silêncio –
ninguém quer ver:
coloridas e vivas
a nossa gente.