Nunca te escrevi Olinda
porque não te sei dizer
se é com os olhos que a gente conversa
como saberia?
e nessa mudez de todo espanto
te encontro e te faço rainha
minha rainha nua e contraditória
parida por sete colinas
Mãe de tudo aquilo que calo ou manifesto
e levo na pele que tem teu nome
Olinda Mãe de quem chega e a escolhe
de todo aquele que nela vive
Olinda menina de minha infância
onde tudo começa onde começo eu
aquela que não carrego em cada verso
à espreita
porque antes de tudo é ela quem me leva