Meu Ceará é rico.
Das águas do futuro
Á transferência de Camocim
Me banho de orgulho
A cada gota que passa por mim.
Meu sangue corre
De Tiangá á Quixeramobim.
De sandália de couro
Á linho de rendeira,
Eu tenho na veia
Uma Fortaleza.
Pois carrego a nobreza
De ter no meu DNA
O pulso latente de uma cangaceira.
Meu Ceará é rico
De Belchior á Fagner.
Nossa música é de verdade,
Cearense tem arte inteligente,
O palco é a rua
O artista é a nossa gente,
Onde a poesia e o repente
Resolveu abraçar por permanente.
Meu Ceará é rico
De cacto á flor do deserto,
Me envaideço e transpareço
O cangaço que há em mim.
No teus peito esmurro até o fim:
Meu pai é José de Alencar
Sou Índia Iracema,
De testa vermelha.
O preconceito é teu,
Enquanto o orgulho é todo meu.
Prazer, meu nome é Cabloca.