Todo mundo cuidando da vida de todo mundo
E ali eu ousei te amar.
Amor-silêncio, amor-culpa, amor-tensão.
Amar não deveria ser sobre isso.
Religião, imposição e dores gritadas por dentro.
Entre águas, vegetações e um sol que ardia.
Mais quente que ele só o meu desejo de confessar.
Confissões perigosas: aprendemos da pior forma.
Desejo que não se manifestou em palavras ditas,
mas ousou ao se entregar em olhares que insistiram,
no atrito do contato das nossas peles,
e no cuidado que se fez em sutilezas.
Punições e silenciamentos.
Olhares nos repreenderam.
Escutas nos vigiaram.
Palavras nos feriram.
Meu "eu menino" ousou amar o teu "eu menino"
Dois homens é pecado, é sujo e imundo, nos disseram.
Minha primeira experiência de amar:
Eu sufoquei em tristeza não dita.