Daniela Bonafé

MILITÂNCIA


Lá vai ela, mais uma vez:

a esperança empunhada na mão,

a coragem ardendo no peito e

o grito descola da boca

enquanto os pés seguem em justo caminhar.

A militância está para ela como o sol, a lua e o ar:

imprescindível;

ou como os filhos e o amor: sempre.

É o seu jeito de sobreviver

a aridez das relações contemporâneas.

Não se trata de fugir da realidade

que oprime e desarruma o coração,

para um aqui e agora utópico.

É estar presente na ação, na mão dada,

no pensar constante e para todos.

Segue na causa de desenterrar a empatia do povo,

escarafunchar as consciências e

a indignação continua a lhe esbugalhar os olhos

enquanto suas pernas arrastam os outros.

Prefere a loucura à alienação.

Prefere o todo à parte.

Prefere a rua à televisão.

Prefere o direito a preferir.