João R. Ferreira

A CADEIRA DE SEBO 


a minha ira e revolta 

revelam-se em mijar para baldes de cola,  

que servem para fixar cartazes políticos 

Gratificante são as mãos inchadas 

da pintura a óleo 

bafientas as cores do trabalho 

Aos meus imaginários 

Baratas confundem-se no chão quente 

Adornar a pedra, preta 

Que esperam o fim do corpo 

Malfeitores 

Benfeitores 

Esculpir todo esforço 

Aos meus imaginários 

Prorrogar a sede que,  

Em pequenos gestos aflitos 

Se compõe o colarinho apertado 


 a sério? o ferro 

a lira da ira 

sim e agora 

pensamento parado 

não sente o cheiro a mijo nestas paredes?