Mauro Martiniano de Oliveira

NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA URNA


Meus propósitos eram muito mais reais

do que uma mera ideologia para se viver.

Pus-me a caminhar portando uma bandeira

sem cores, sem insígnias e sem quintais.

Não queria mais temer... E nem mais sofrer!

Acreditava que todos pudessem ser iguais.


Mas no meio do caminho tinha uma urna,

e com ou sem fraude, tinha que escolher.

Tinha que optar entre um e outro candidato

cujas mentes portavam bandeiras desiguais.

E no meio do caminho, tinham hipocrisias, 

fakes e rivais, ideologias nefastas e até fatais.


E bem no meio do caminho tinha uma urna,

ignorando o meu lema da vã luta pela paz.

Se minha caminhada era do bem ou do mal,

pois a sua frieza em suas teclas era sagaz.

Tinha que teclar “democraticamente”, entre

uma ou outra bandeira, aquela menos mortal.


Nessa utopia pela paz, não vi coisa alguma...

Pois no meio do caminho tinha uma urna.