Meus propósitos eram muito mais reais
do que uma mera ideologia para se viver.
Pus-me a caminhar portando uma bandeira
sem cores, sem insígnias e sem quintais.
Não queria mais temer... E nem mais sofrer!
Acreditava que todos pudessem ser iguais.
Mas no meio do caminho tinha uma urna,
e com ou sem fraude, tinha que escolher.
Tinha que optar entre um e outro candidato
cujas mentes portavam bandeiras desiguais.
E no meio do caminho, tinham hipocrisias,
fakes e rivais, ideologias nefastas e até fatais.
E bem no meio do caminho tinha uma urna,
ignorando o meu lema da vã luta pela paz.
Se minha caminhada era do bem ou do mal,
pois a sua frieza em suas teclas era sagaz.
Tinha que teclar “democraticamente”, entre
uma ou outra bandeira, aquela menos mortal.
Nessa utopia pela paz, não vi coisa alguma...
Pois no meio do caminho tinha uma urna.