Bate o prego a estaca e a placa
que aplaca a fome citadina
Parafusa o fuso anti-horário
a porca o tacho a voz andina
O sol a pino repica e bate
enquanto o jornal da tarde opina
o rato persegue e o gato late
ao avesso,um cão sujo ordinário
A luz da tarde incide em cima
do prédio espelhado e assim invade
de luz e cor e e tédio alinha
verticalmente assusta e mata
com sua linha tesa encobre o páreo
das más competições que se destaca
e ganha e perde o colossal trabalho
a mão que cose as têmporas da tarde
cujo brilho fosco e frio anima
as marquises das amenidades
na sacada a solidão vespertina
quando o dia envelhece a cidade
e que leva guardado no operário
as horas mortas que o patrão assina
cada gota de sangue,gesto duro e diário
que esgota e mata, sem fazer alarde