Luto porque vacina só chega quando uma porção nas ruas não se cala.
Crio forças no abate da serpente chocadeira que nos espreita.
Acerto de esquerda no olho direito do governo apequenado.
Grito no luto fazendo luta e revolução.
Choro o quanto estamos ficando sem direitos.
Escrevo porque o momento é triste e caro.
Enfrento na gôndola menos peso e quantidade.
Denuncio que no caixa mais Real fica, sem troco de devolução.
Ainda tropeço no desespero, cambaleio e levanto.
Prevejo nova vida e vida nova, nova esperança no olhar.
Pinto cores fortes para um arco-íris deslindar o horizonte.
Agiganto meu desejo de continuar e nos dar as mãos.
Tento cantar pensando no poeta
Atravesso pela multidão
Da minha praça
Do meu jeito
Do meu canto
Resisto.