Catarina Almanova

Máquina Futura



Sou a Vênus em plumas e escamas

        Poente e vívida enquanto corre e canta pela noite,


          Sou a ostra furta-cor que se encontra impenetrável ao mundo,

             Sou a filha, a memória e a delicadeza de um “tchau” bem dado como se fosse nosso último dia juntas…


                 Sou a aquarela escolhida para pintar uma saudade,


                      Sou o relógio que corre através do tempo e como uma fita, o enlaça


 enlaçaenlaçaenlaçaenlaçalaçalaça;


                              Máquina do tempo futura que mimetiza a pulsão do intraduzível,


                                  Querem com urgência me catalogar e decifrar, então:


                                      Me n-o-m-e-a-r-a-m, mas eles travam a língua todas as vezes ao soletrar meu nome.