Aline Olegário

Vozes da Mata


Tenho esperança a compartilhar.

Preciso de chão firme, necessito de ar.

Ser cercada de amor e proteção.

Sou pulmões e coração.

Quente, muito quente!

Assim, não dou nenhuma semente!

Muitos me queimam, tantos me dilapidam.

Para que outros me dividam.

Morro na terra seca.

Entre galhos e folhas, estou desseca.

Não há água sem chuva.

Para o vinho, te dou a uva.

Ajudo no teu respirar.

Participo do teu plano alimentar.

Na extração de minérios corro perigo.

Um erro, sofro o castigo.

É vital olhar para frente!

O legal é agir consciente.

Pois, assim como nos animais.

O descaso dói demais.