Augusta Maria Reiko

Um encontro        


Um velho ajoelhado na margem do rio sente os primeiros raios do sol

refletidos no espelho da escassa água que a pele do rosto absorve.


A água que perpassa os seus dedos

é a mesma de instantes atrás.

A terra seca que determina o curso do rio

é a mesma trilhada pelo velho que vê as imagens do passado,

do presente e do futuro que o encontrará.


Um velho ajoelhado na margem do rio sente os primeiros passos de alguém.

Cabeça refletida no espelho da água que encontra a morte da sede.

A água na concha da mão já não é a mesma de instantes atrás, 

pois ficou suja pelas mãos humanas.


A terra que determina o curso do rio

é a mesma trilhada pelo velho no dorso do cavalo

que vê a destruição feita pelo homem no passado,

que salva o homem no presente e que encontrou o futuro.


Qual futuro?