Um velho ajoelhado na margem do rio sente os primeiros raios do sol
refletidos no espelho da escassa água que a pele do rosto absorve.
A água que perpassa os seus dedos
é a mesma de instantes atrás.
A terra seca que determina o curso do rio
é a mesma trilhada pelo velho que vê as imagens do passado,
do presente e do futuro que o encontrará.
Um velho ajoelhado na margem do rio sente os primeiros passos de alguém.
Cabeça refletida no espelho da água que encontra a morte da sede.
A água na concha da mão já não é a mesma de instantes atrás,
pois ficou suja pelas mãos humanas.
A terra que determina o curso do rio
é a mesma trilhada pelo velho no dorso do cavalo
que vê a destruição feita pelo homem no passado,
que salva o homem no presente e que encontrou o futuro.
Qual futuro?