Embora as tristezas me consumam as forças
E o desânimo pareça em meu tórax insistir,
Eu continuo vivendo,
Mesmo por ver tantos inocentes morrendo,
E o mundo inteiro aplaudir.
Embora as guerras imperem nos Iraques desta terra
E os tiros emudeçam mais crianças que passeiam,
Eu continuo vivendo,
Mesmo constatando que os corações não mais estão batendo,
E não por vontade de Deus.
Embora a violência vá crescendo em desgraça
E as discórdias aumentando como traças,
Eu continuo vivendo,
Mesmo sem conseguir mudar o que muito precisa ser mudado.
Quem sou eu para obter tal resultado?
Embora eu seja apenas mais um fino grão de areia nesta praia enlameada,
E as ondas, volta e meia, joguem-me cada instante para um lado,
Eu assim vou vivendo,
Cada dia doando um pouco do muito amor que me resta
E fazendo enfim a minha parte...