João de Deus Souto Filho

FOGO NA FLORESTA

 

A castanheira frondosa se retorce e grita,

Consumida pelo fogo que engole flora e fauna. 

Fogo que é obra da mão desumana,

Da gananciosa mão,

Que quer tudo para si. 

 

A biúva e a aroeira se contorcem abraçadas,

Calcinadas pelo fogo que engole o Pantanal. 

O mesmo fogo que é obra da mão desumana,

Da gananciosa mão,

Que quer tudo para si.

 

E chora a mata,

E chora o povo da floresta, 

Consumidos pelo fogo inclemente

Dessa mão que diz humana ser

E que nada quer deixar além das cinzas 

Sobre a terra esturricada e de estéril viver 

 

Árvores que choram

Muitas lágrimas!