Mikael Mansur-Martinelli

Sangue carbônico


No horizonte anêmico

Com sinfonia de destroços,

A velha dança das aves

Em palco de árvores.

Fumaçando sangue carbônico,

O verde se despede

Feito um manto profanado

Da árvore Santa Serrada.

Dentre o sorriso das flores

E a sinfonia dos bichos,

O rancor dos homens,

Aplaudido por mãos de galhos

E unhas verdes,

Que clamam por resistência.