Plínio N. Souza

Um naco de pão

 

Que é preciso para saciar a fome? 

Enquanto os banquetes inundam as praças 

Alguém no escondido padece a falta. 

É possível partilhar?

É possível desacelerar?

É possível fazer jejum? 

Pelos que sucumbem à inexistência de pão. 

O ‘nem só de pão vive o homem’ 

Foi dito para os que muito tem e só desejam isso. 

Os que nada tem, 

Um naco de pão, 

É partilha necessária. 

Não sendo possível dignidade 

A qualquer humanidade 

Que deixa seu igual morrer 

Pela falta do que comer.

 

Um naco de pão

Para quem tem fome

Nessa humanidade insana

Que come, consome, acaba

E não olha que ao lado

A vida para




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* inspirado no texto ‘Alguns Fatos sobre a riqueza’ de Peter Singer.